quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ensinar a alegria de viver



Como em tudo na educação dos nossos filhos é pelo exemplo que melhor lhes podemos transmitir aquilo que gostaríamos que eles aprendessem.E como será desejo de todos os pais, que os seus filhos sejam felizes, que encontrem sempre a alegria de viver, a melhor forma de o fazermos é sendo um exemplo vivo disso mesmo, é mostrando-lhes a nossa alegria pela vida, a nossa alegria por cada momento partilhado com eles.

E a alegria de viver passa pela tomada de consciência que somos os donos da nossa vida,que possuímos em nós todos os recursos para criarmos a vida que desejamos viver.

Isto não significa que a vida seja apenas um mar de rosas,pois as dificuldades podem surgir ao longo da nossa caminhada,mas o mais importante é que eles saibam que podem fazer de cada dificuldade um desafio para se superarem,para se conhecerem melhor.

Os desafios que a vida nos coloca servem para que despertemos para o nosso potencial interno,para que possamos elevar o nosso nível de consciência, tendo a certeza de que aconteça o que acontecer estaremos preparados para lidar com isso,pois de outra forma não aconteceria.

E ainda, ter a consciência que em cada desafio surge também a solução para o mesmo,aquilo que nos é pedido é que estejamos recetivos a ver essa solução,pois se estivermos focados apenas nos problemas,aquilo que teremos é mais problemas,se por outro lado procurarmos as soluções, veremos as soluções surgirem, mesmo nas formas mais inesperadas.

A alegria de viver passa por lhes ensinar a não perderem a capacidade de sonhar,a alimentarem a sua imaginação,mesmo à medida que vão crescendo, pois a vida é demasiado importante para ser levada a muito a sério.

Para crescerem e serem adultos responsáveis, não implica que tenha de ser cinzentos, que tenham de ser sisudos, podem sorrir, podem escolher ver o lado colorido da vida, pois o arco íris só surge da conjunção do sol com a chuva.Significando isto que mesmo dos momentos menos bons podem surgir coisas muito belas e construtivas.

Ajudem os vossos filhos a sonhar, a imaginar a vida que desejam viver em cada momento, deixem que eles sejam os réis e rainhas, que sejam aquilo que a imaginação deles os permitir ser,não há limites para a imaginação,apenas os adultos que já se esqueceram de como era ser criança,julgam que possuem limites e se deixam diminuir por eles.

Brinquem mais com os vossos filhos e voltem a ser crianças de novo,deixem a vossa imaginação voar até ao infinito e mais além.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Inteligência Emocional


A inteligência emocional tem a ver com a capacidade de reconhecer e lidar com as emoções e isso pode ser treinado e ensinado desde cedo. E recordando um dos aspectos mais importantes da educação, que é o dar o exemplo, a forma como enquanto pais lidamos com as nossas emoções é o maior ensinamentos que podemos dar aos nossos filhos.

Os estados de espírito dos pais refletem-se também nos comportamentos dos filhos,senão repare naqueles dias em que está mais alterado,seja porque o seu dia correu menos bem no trabalho,nesses dias as crianças parecem que teem comportamentos que consideramos menos adequados,como que tudo estivesse contra nós.

Por isso quanto melhor souber reconhecer as suas emoções e lidar com elas, mais os seus próprios filhos estarão habilitados a lidarem consigo mesmos.

É importante perceber que por exemplo quando as crianças fazem birras, isso é uma forma de elas comunicarem com os pais,dizendo que estão com dificuldade em lidar com o que estão a sentir,estão com dificuldade em lidar como determinada situação que esteja a ocorrer em redor delas e a única forma que encontram para o expressar e chamar a sua atenção é fazendo birras.

E se nós enquanto pais os recriminamos e os impedimos de se expressarem , isso só reforçará a sua sensação de incompreensão e por vezes uma ideia de que algo está errado com eles.

Se por outro lado usarmos a empatia para lhes fazer crer que os entendemos,que estamos ao lado deles para os apoiar e garantir que os amamos incondicionalmente.E que faremos tudo o que nos for possível para os orientar no melhor caminho,para que se conheçam perfeitamente,para que encontrem um espaço seguro onde possam se expressar livremente.

E que por vezes existem sensações que desconhecemos e não sabemos como lidar com elas,mas que isso faz parte do processo de crescimento,mas que não devemos as recear mas sim partilha-las com aqueles que nos são mais próximos  e que fazendo-o aprendemos a crescer saudavelmente.

Que a melhor forma de lidar com o desconhecido é primeiro reconhecer o que está a acontecer,observar a forma como isso nos afecta,que tipo de sensações estamos a vivenciar,expressar-las. E depois lidar com elas da forma que for mais adequada a cada situação,dando a conhecer às crianças que não teem de lidar com isso sozinhas, que estamos lá para elas.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O socialmente correto


Por vezes há situações que se tornam constrangedoras, que surgem a partir de certos comentários dos nossos filhos, na presença de outras pessoas estranhas ao núcleo familiar.As crianças são muito genuínas, elas não usam de segundas intenções, aquilo que pensam dizem.

Porque na verdade o que os outros pensam não importa nada para elas,elas não se sentem limitadas pelo socialmente correto,isso existe apenas para os adultos.São os pais que se sentem,eles próprios constrangidos pelo que os outros possam pensar,em especial sobre a ideia com que os outros irão ficar,sobre o tipo de pais que eles são.

O medo de que os outros os classifiquem como maus pais,que não sabem dar educação aos seus filhos.

Contudo, tudo isso resulta das próprias incertezas,das próprias duvidas, quanto mais cientes de si forem os pais,quanto mais se conhecerem enquanto seres,aquilo que os outros possam pensar não importa,pois na verdade,não sabemos o que os outros pensam,apenas julgamos que os outros vão pensar isto ou aquilo.

Essas ideias existem apenas na nossa mente, somos nós que acreditamos que tendo aquele tipo de comportamento seremos classificados dessa forma.É um julgamento que existe em nós,é um filtro que usamos para julgar situações idênticas que outros possam fazer.

Assim quanto mais recetivo for àquilo que é,quanto mais se aceitar como é,mais a sua realidade irá espelhar isso mesmo. É o nosso desconforto connosco próprios que origina esse tipo de situações constrangedoras,que servem elas próprias para que tomemos consciência das nossas incongruências internas e possamos fazer algo em relação a isso.

Logo em vez de reprimir a criança por este tipo de comportamento,devemos usar-los para nos perguntar a nós mesmos, porquê que esses comportamentos mexeram connosco dessa forma,levando-nos a ter determinada reação. Podendo assim ampliar a consciência de nós próprios.

Fazendo uso de uma das regras de ouro da vida, que é; mais importante do que aquilo que nos acontece, está a forma como reagimos ao que nos acontece.

A forma como reagimos ao que nos acontece, depende apenas de nós, somos nós que atribuímos um significado aos acontecimentos na nossa vida e lhes damos a importância,a atenção que queremos dar.Podemos deixar que esses acontecimentos nos condicionem, ou então aprender com eles e crescer enquanto humanos.







terça-feira, 8 de maio de 2012

Conexão em vez de correção


Os nossos filhos são o mais importante na nossa vida e como pais procuramos fazer sempre o melhor por eles,mas por vezes aquilo que achamos que é o melhor não o é de facto para eles,mas sim é o mais simples para nós. E aqui refiro-me às situações que precisam de correção,os comportamentos que são,aos nossos olhos inadequados. Obviamente cabe aos pais determinar o tipo de educação que pretendem dar aos seus filhos.

Os pais devem estabelecer os limites pelos quais os seus filhos se regem,não havendo aqui uma única forma de se educar os filhos,pois os padrões de educação variam bastante de cultura para cultura e mesmo dentro de uma mesma cultura, varia muito de família para família.Contudo o que deve estar sempre presente é o respeito pela criança e pelo seu direito à auto-expressão.

Os filhos não são propriedade dos pais,são seres humanos de pleno direito que são vulneráveis e dependem dos pais,ou de educadores, que os auxiliem a crescer de uma forma saudável e em segurança. E dentro dessa mesma segurança, eles precisam de limites e esses limites asseguram-lhes que eles não estão sozinhos neste mundo, que tem alguém que cuida deles e os ajuda a lidar com as emoções do crescimento.

E aqui é importante a confiança que se estabelece desde cedo,as crianças confiam nos pais e na sua orientação para se sentirem felizes e plenos do seu existir.Quanto maior for a empatia, a conexão que se estabelece,mais eles confiam naquilo que os pais lhes pedem para fazer.

Contudo,eles irão testar os limites,irão testar até onde podem ir e de que forma os pais estão presentes para os orientar, se a permissividade for regra, eles como que se sentem perdidos e ai as emoções negativas afloram mais,tais como ,ansiedade e o mau humor.A insegurança leva a que esses comportamento se exponenciem, em busca de um porto seguro.

Por outro lado, regras excessivas impedem o desenvolver completo de uma personalidade própria, sendo educados a ser seguidistas em vez de serem eles próprios, em vez de descobrirem qual o seu papel, primeiro no seio da sua família e mais tarde no mundo.

Como em tudo, o bom senso e o equilíbrio devem imperar.

Quando houver necessidade de corrigir comportamentos que são,para nós enquanto pais,inadequados, devemos evitar demonstrar a nossa razão contra a falta de razão deles para se comportarem daquela forma, através da força,seja física ,seja emocional. 

Não estamos numa competição a ver quem é que tem razão e quem é que deve liderar e ser liderado,mas sim o nosso objetivo é que eles adquiram comportamentos responsáveis e saudáveis, e que façam as coisas certas,em todos os momentos da suas vidas e não apenas quando estamos presentes.


E para isso mais que correção eles precisam de conexão,precisam que perceber que os pais os compreendem, que os vêem e aceitam como eles são e que lhes fornecem ferramentas para lidar com com os desafios da vida,mesmo aqueles que parecem mais difíceis e que metem mais medo.

A correção pode resolver no imediato determinados comportamentos,mas não os educam a serem autónomos e responsáveis por eles próprios, a quererem fazer as coisas certas porque são certas,mas sim porque tem medo da reação dos pais,quando descobrirem.Induzindo esse medo comportamentos como a mentira,o esconder, que se podem evitar através da conexão.

Através da conexão podemos fazer-los ver que consideramos aquele tipo de comportamentos errados,mas que entendemos o ponto de vista deles e como os amamos incondicionalmente e assim continuará a ser independentemente do seu comportamento,queremos o melhor para eles,Ainda que por vezes eles não o vejam assim.


quarta-feira, 2 de maio de 2012

A birra dos pais


As crianças usam as birras para comunicar quando se sentem frustradas com determinada situação com que não conseguem lidar, ou que não conseguem perceber e a única forma que encontram naturalmente de reagir é através das birras,seja chorando,seja berrando,seja esperneando.

Aquilo que elas estão a fazer de verdade,através da birras,é um pedido de ajuda.Querem ajuda para lidar com algo que não compreendem e não sabem como fazer e então usam aquilo que tem.É uma reação de luta ou fuga, a mais primitiva reação dos humanos,sem exceção.

E a resposta dos pais às birras dos filhos pode agravar as mesmas ou ser uma orientação de aprendizagem e crescimento.

Quando a reação dos pais é perderem a cabeça com as birras dos filhos e serem agressivos,seja verbalmente,seja até fisicamente.Isso nada mais é do que uma birra por parte dos pais,como não conseguem lidar com a situação,como não percebem o ponto de vista dos filhos ao terem aquela reação, então usam aquilo que tem, ou seja o facto de serem mais fortes e exercem essa força.Seja moral,mental, seja a própria força física.

E ao cederem a esse tipo de reação só reforçam o exemplo, que os filhos apreendem, para fazer mais do mesmo na próxima oportunidade.

Como se pode lidar então com estas situações, em primeiro lugar deveremos manter a calma,se não for possível de imediato,devemos-nos acalmar primeiro e depois lidar com a situação.Isto sempre que não estiver em causa  segurança das crianças,se for esse o caso,devemos garantir que primeiro fiquem em segurança.

Nós somos os adultos, não é suposto serem as crianças a manterem a calma primeiro para saberem lidar com a situação.Elas ainda não estão suficientemente desenvolvidas para entenderem as situações como os adultos,mas o adultos tem o entendimento para perceberem que as crianças veem o mundo de forma diferente, pois ainda estão a aprender a se conhecerem e a aprenderem a lidar com o mundo.

Elas aprendem sobretudo com o exemplo dos pais, logo a nossa reação às suas birras estabelecem um padrão de comportamento para elas.


E sim, os pais são humanos,também tem as suas fragilidades e momentos de incerteza e de desorientação, mas nunca devemos descarregar nas crianças isso mesmo.De facto,devemos aproveitar essas situações de birra das crianças que mexem tanto connosco para fazermos uma auto-analise e tentar perceber porque que é assim.
O que aquilo nos quer dizer, que aspetos em nós temos de trabalhar, pois a realidade é um espelho do nosso interior e tudo aquilo que acontece é um reflexo de situações que ignoramos ou preferimos ignorar e que quanto mais depressa lidarmos com elas melhor será a nossa vida e de todos aqueles que fazem parte dela.

Mas acima de tudo a melhor forma de lidar com as birras é com amor incondicional,fazê-los ver que estamos lá para eles,para os ajudar a lidar com o que não entendem, que os apoiamos, mesmo quando não concordamos com o que fazem ou não os deixamos fazer tudo o que querem. Que o vemos como eles são e que os aceitamos como eles são.O amor é a resposta a todas as duvidas,sempre.